Um artigo de Walmir Silva, autor de Além do Código.
O desenvolvimento da escrita é uma das inovações mais significativas na história humana, marcando uma transição fundamental de sociedades baseadas na oralidade para civilizações com a capacidade de registrar, armazenar e transmitir informações de maneira sistemática.
Antes de surgir a escrita como a conhecemos hoje, os seres humanos já se comunicavam por meio de desenhos e símbolos esculpidos ou pintados em pedras, ossos e paredes de cavernas. Esses registros pictográficos e ideográficos eram mais representações gráficas de objetos ou ideias do que um sistema de escrita formalizado.
Por exemplo, as pinturas rupestres em cavernas, como as de Lascaux, na França, serviam para representar eventos, rituais ou elementos da vida cotidiana, mas não constituíam um sistema de escrita com gramática e sintaxe.
A linguagem é uma das invenções mais complexas e fascinantes da humanidade, permitindo não apenas a comunicação, mas também o pensamento abstrato, a formação de sociedades e a construção e transmissão de conhecimento.
A estrutura de uma linguagem abrange várias camadas interconectadas, desde os fonemas e morfemas até regras sintáticas, semânticas e pragmáticas que, juntas, possibilitam a comunicação e o pensamento complexo. Mas não se assuste com estes termos rebuscados, utilizados para representar a ideia de que por trás de qualquer linguagem há necessariamente uma estrutura complicada que as compõem. Se você parar para pensar, como um bebezinho se comunica? Através do choro — sendo vocalizações não-verbais, risadas e balbucios; por volta do primeiro ano de vida, muitos bebês começam a balbuciar sílabas que soam como palavras, como “ma-ma” ou “da-da”.
Por outro lado, temos um caminho que nos leva a uma evolução natural na linguagem, que vai nos levar a representações além do “ma-ma” ou “da-da” chegando a representações, encapsulando múltiplas dimensões de expressão, significado e contexto. Ou seja, temos que seguir esse caminho natural e evolutivo. Então, meu caro leitor, pare de fazer “ma-ma” ou “da-da” nos seus códigos de programação. Escreva seus códigos para ser uma chave de entendimento de melhora de comunicação e interação humana com um mundo digitalizado que você representou mediante linguagens de programação. Lembre-se, você escreve códigos para serem lidos por humanos e interpretados por máquinas e não o contrário.
Saia desse “ma-ma” ou “da-da”:
| class FinCal: def __init__(self): self.x = 0 self.y = 0 def a(self, b, c): d = b + c e = d * 2 f = e – b self.x = f g = e + c self.y = g h = self.x + self.y return h # Criação de um objeto da classe MyClass obj = MyClass() # Chamada do método ‘a’ com argumentos 3 e 4 result = obj.a(3, 4) # Imprime o resultado print(“Resultado:”, result) |
Se torne um programador evoluído linguisticamente e utilize os símbolos pertinentes a língua que os faça transmitir claramente a sua intenção nos seus códigos:
| class FinancialCalculator: def __init__(self): self.total_credits = 0 self.total_debits = 0 def update_balances(self, new_credits, new_debits): self._update_total_credits(new_credits) self._update_total_debits(new_debits) def _update_total_credits(self, new_credits): intermediate_total = new_credits * 2 self.total_credits = intermediate_total – new_credits def _update_total_debits(self, new_debits): intermediate_total = (self.total_credits + new_debits) * 2 self.total_debits = intermediate_total + new_debits def calculate_balance(self): return self.total_credits + self.total_debits financial_calculator = FinancialCalculator() # Atualização dos saldos com novos créditos e débitos financial_calculator.update_balances(new_credits=3, new_debits=4) # Cálculo e impressão do balanço total total_balance = financial_calculator.calculate_balance() print(“Total Balance:”, total_balance) |
Continue evoluindo “Além do Código”!
Confiança Sempre ! ! !
Confira mais discussões e reflexões na secção Brisas Filosóficas.
