Entropia existencial entre códigos e querências do ser

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Um artigo de Walmir Silva, autor de Além do Código.

Estava refletindo sobre minha existência, questionando o porquê de viver em meio a tantas situações adversas que surgem a todo momento em nossa jornada profissional. O impressionante é que os eventos ao longo de nossa carreira se entrelaçam constantemente com nossas vidas pessoais. Como disse Maslow, “O que um homem pode ser, ele deve ser”. Essa necessidade chamamos de autorrealização.

A palavra “autorrealização” nos convida a uma reflexão onde a busca por crescimento se apresenta como uma escolha, não um destino pré-determinado. Como conciliar essa escolha com situações que escapam ao nosso controle? Por mais que empreguemos nossa energia conscientemente e com todo esmero possível, circunstâncias que transcendem a ordem natural das coisas nos inundam com uma gama de sentimentos. Em alguns momentos, nos sentimos fracos, impotentes e tomados por um forte sentimento de derrota, como se estivéssemos a ponto de dizer: “Não aguento mais, vou parar de fazer isso! Não suporto mais este tipo de situação!”

Nesse instante, a mesma entropia entre persistir ou desistir nos leva a nos atermos aos detalhes do que realmente funciona, do que se mantém coeso em sua plenitude. Vamos delimitando nossa observação como um limiar constante de intensidade entre pensamentos e sentimentos. Somos tomados por sensações nunca experimentadas e um fator se torna cada vez mais opressor à medida que aprofundamos nossas análises: o tempo.

Gostaria muito que, neste momento de angústia, a afirmação de Einstein de que “O espaço e o tempo são modos pelos quais pensamos e não condições nas quais vivemos” pudesse me confortar. Ou ainda quando ele declarava que “O tempo é uma ilusão”. Ah, como seria reconfortante se, de forma sobrenatural, uma voz emanasse do arquiteto do universo e me dissesse: “Acalme-se, meu filho! Você tem todo o tempo do mundo”.

Walmir Silva é autor, professor e profissional em Tecnologia da Informação

Entre pensamentos e ações orquestradas, enquanto tento manter minha respiração sob controle, ocorre um lapso súbito em que me vejo praticando apneia, interrompendo o fluxo natural de oxigênio para o cérebro. No meio do palpitar ecoante do meu coração diante de uma situação além do meu controle, surge uma intervenção repentina. Alguém, percebendo meu desespero, fala de maneira serena e reconfortante: “Na linha 18, está faltando apenas uma vírgula! É por isso que o seu código não está compilando”.


Confira mais discussões e reflexões na secção Brisas Filosóficas.


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