Minhas sinceras desculpas, srN.

4.4
(7)

Não jogo Valorant. Não acho divertido e nunca me chamou muita atenção. Mas não é sobre Valorant que vim falar com vocês aqui. Mas sim sobre o caso de transfobia, um picadeiro político montado sobre casos complexos relacionados ao inter-relacionamento humano.

Nicolas “srN” venceu o prêmio de melhor atleta do cenário inclusivo e atleta feminina revelação do Prêmio eSports Brasil 2023 e isso despertou a cobiça e o oportunismo político imediatamente.

Aí vem alguém que claramente não se importa com nada além de si, levanta uma bandeira de falso moralismo e diz estar defendendo algo como a “tradicional família brasileira” para despejar ódio simples, puro e barato. Finge estar se posicionando em defesa das mulheres, quando claramente não se importa nem um pouco com isso.

E novamente o que temos é o despertar da voz oculta, protegida pela impunidade e pelo sentimento de impunidade que a internet gera. Discursos de ódio são disparados numa velocidade astronômica e sem fundamento, apenas para agregar “votos” ou gerar “audiência”.

Nicolas se sagrou e ganhou, dentro de uma categoria que a aceitou, que foi criada para que elas tivessem oportunidade. PONTO. E Então por qual motivo teríamos que levantar a voz contra alguém que ganhou um prêmio dentro da sua própria categoria, disputada em igualdade e com o aval de todos os participantes?

Após o ocorrido, ficou claro que ainda há um grande caminho a ser percorrido para a modalidade Inclusiva ser mais do que uma categoria. Esse espaço que deveria ser para celebrar os talentos cis, trans e não bináries, mostrou que, mesmo dentro de uma bolha como essa, o preconceito segue enraizado”, diz a atleta em uma nota à imprensa.

Mais cedo estava vendo um programa de TV falando sobre o primeiro negro a jogar uma competição e ele tinha uma vida bem dura. Ele dormia em outro hotel, comia separado da equipe, viaja em outro ônibus, seus colegas não o queriam como jogador e isso era considerado a coisa mais normal para a sociedade da época. Se quiser saber um pouco mais sobre isso, assista 42, com o eterno pantera negra, disponível na HBO.

E isso me leva ao seguinte. Estamos vivendo uma mudança de paradigma, um choque na nossa sociedade e vai causar alvoroço, dor e sofrimento para muita gente. Afinal, o ser humano é uma criatura avessa a mudanças.

srN é um Jackie Robinson da atualidade, juntamente a Lia Thomas, Timothy Leduc, Rebecca Quinn, It’sa Gonçalves, Diego Hypólito, Gabriel “Kami” e muitos outros lutam diariamente, por ter sua voz não só ouvida, mas respeitada dentro daquilo que escolheu para si. Ser um atleta profissional de alto desempenho.

Espero que no futuro próximo, eu não esteja em um domingo, pouco antes de um almoço, escrevendo um texto me desculpando por algo que minha espécie fez contra si mesmo.

Força srN, mesmo Valorant não sendo algo que eu goste ou me dedique, eu te respeito e espero, do fundo da minha alma, que você não passe por essas situações novamente.

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